Smart Industries
RFID supera barreiras e garante à Magnetron um aumento em produtividade e receita
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A Oxford é a única empresa do seu setor a ter implementado o sistema há seis anos; a operação da empresa dobrou de tamanho, principalmente pela possibilidade de lançamento de produtos e praticamente eliminando a logística reversa.
O que a Oxford tem que a torna a número um nas Américas em porcelana e cerâmica e número três no mundo? Produtos de altíssima qualidade, é claro. Mas existe toda uma estrutura tecnológica por trás desses produtos. A Oxford é a única empresa brasileira no ramo que é full RFID (sistema de identificação por radiofrequência) e conta com total integração de sistemas e soluções. Por trás de um DNA pautado pela “simplicidade” e “livre de problemas” há muita tecnologia embarcada, muitos desafios adotados e uma nova mentalidade incorporada à gestão.
No final de 2014, quando a Oxford foi procurada pela Parson Tecnologia, na época uma startup focada no desenvolvimento e na implantação de soluções RFID e IoT, iniciou-se um caminho sem volta que culminaria em passar de 180 mil caixas em estoque por mês para as atuais 500.000 caixas por mês, todas etiquetadas com etiquetas RFID da Beontag.
A promessa que Marcelo Correa, gerente de logística da Oxford, fez para convencer a diretoria a aprovar o investimento foi “simples”, do jeito que a empresa gosta: Recuperação do investimento em 1 ano. Assim, no início de 2015, a Oxford embarcou em duas mudanças significativas que ajudariam a cumprir o seu plano de duplicar o tamanho da empresa a cada cinco anos. Paralelamente à adoção do sistema de rastreamento de etiquetas RFID, a empresa também incorporou um novo ERP. “Tivemos a sorte de implementar os dois sistemas simultaneamente. Como tivemos alguns problemas com o novo ERP, o RFID funcionou sozinho e compensou os problemas técnicos do outro sistema”, lembra Marcelo.
Agora, as etiquetas RFID da Beontag são utilizadas em todo o portfólio da Oxford, composto por caixas de remessa para o varejo e caixas para o consumidor final (jogos de presentes). Na prática, isso significa atender os 10 mil clientes varejistas ativos no Brasil com 6.500 SKUs. No início do projeto, a base de clientes era de 5.000 e o portfólio era composto por 2.500 SKUs.
“O sistema de RFID foi implantado no momento certo para apoiar o crescimento da Oxford. Com o sistema, reduzimos a praticamente zero os erros de montagem das caixas, garantindo precisão na entrega dos produtos e nas medições contábeis para auditorias de balanços”, comemora Marcelo, gerente de logística da Oxford.
Como parte do projeto, a Beontag desenvolveu etiquetas específicas para Oxford, que podem ser utilizadas tanto em caixas de papelão quanto em caixas de madeira. “O mais interessante deste projeto é que a identificação é feita em nível de caixa, a chamada “identificação em nível da caixa”.
E embora os materiais de embalagem – papelão e madeira – sejam considerados “fáceis” para o funcionamento da etiqueta RFID, a digitalização da caixa ocorre no palete. Estamos falando de um volume de até mais de 100 caixas digitalizadas por vez, chegando a até 350 caixas por palete, com algumas etiquetas voltadas para o interior do palete”, afirma Roger Davanso, gerente de novos negócios de RFID da Beontag.
Para ultrapassar todos os possíveis obstáculos à digitalização das caixas, a Beontag fornece à Oxford uma etiqueta RFID especialmente projetada, que garante total precisão na digitalização de caixas de diferentes tamanhos e dispostas em diferentes quantidades e posições no palete, incluindo produtos de porcelana e cristal da marca Strauss. Cada unidade recebe uma etiqueta de identificação RFID individual.
Qualidade e segurança em todas as etapas
Segundo Roberto Cordeiro, da Parson, o projeto da Oxford foi dividido em duas etapas: primeiro, etiquetar as caixas para que todas passassem pela porta de entrada do estoque, ou entre o setor de embalagem e estoque, e que fosse possível garantir que os clientes não receberiam paletes mistos e/ou quantidades erradas de produtos.
O segundo passo foi justamente a instalação de uma nova porta de entrada para envio de notas fiscais. “Agora, os produtos são separados no armazém e, ao passarem por essa segunda porta, temos a garantia de que a nota fiscal está em total conformidade com o pedido.”
Portanto, o sistema RFID também ajudou a eliminar a logística reversa, antes comum, devido a erros na carga embarcada. A redução de custos foi significativa e importante para a Oxford, uma vez que eram responsáveis pela coleta e pelo transporte das mercadorias devolvidas. Esta redução por si só foi responsável pelo retorno do investimento em 1 ano.
Ricardo Monteiro, que também é sócio da Parson, menciona que ficou muito claro o impulso positivo que a tecnologia de RFID teve na visibilidade do estoque da Oxford, o que, além dos benefícios já mencionados, permitirá inventários muito mais rápidos e precisos, juntamente com a redução de rupturas de estoque dos clientes.
As soluções integradas da Parson e as etiquetas RFID da Beontag são utilizadas nas três fábricas da Oxford no Brasil (duas em Santa Catarina e uma no Espírito Santo) e nos dois Centros de Distribuição próprios. Há cerca de um ano, a empresa voltou a estar na vanguarda e instalou uma gaiola móvel de digitalização para prosseguir com o inventário cíclico, agora integrado ao WMS.
Os produtos da Oxford, cuja fabricação é terceirizada para outro país, também recebem etiquetas RFID da Beontag. Neste caso, as etiquetas são serializadas no Brasil e enviadas, prontas para serem anexadas pela empresa terceirizada.
E o mercado sempre gostou e aprovou esse conceito full RFID? “Desde a implantação do sistema de RFID, não fomos elogiados pessoalmente, mas recebemos diversas ligações de clientes que queriam conhecer melhor o sistema e perguntavam como poderiam adotá-lo em suas operações. Essa curiosidade, associada aos números de crescimento e à redução de custos, comprova que estamos no caminho certo”, afirma Marcelo Correa.
Na verdade, ele gosta de enfatizar que este é um caminho sem volta. “A evolução da tecnologia é tão contínua quanto suas aplicações. A busca constante pela excelência, focada no uso da tecnologia para garantir qualidade e segurança em todas as etapas dos diversos processos, é o que continuará a garantir o crescimento e o sucesso da Oxford. Essa segurança também nos dá suporte para a expansão contínua do portfólio de produtos”, completa.
Agora, segundo Marcelo, quando as áreas comercial e de marketing se reúnem para discutir novos produtos, a área industrial garante que qualquer complexidade operacional pode ser resolvida com tecnologia e os parceiros certos. “Ou seja, podemos criar, inventar e crescer, porque não temos mais gargalos logísticos”.
Sobre a parceria entre a Oxford, a Parson e a Beontag, iniciada há mais de seis anos, Marcelo a define como “algo que é simples e resolve o problema”. “Desde o início, entendemos que todos estavam alinhados a um único propósito: oferecer uma solução descomplicada, que não significasse mais trabalho para nós e que otimizasse toda a operação.”